Novos cultivos na terra
Atualmente, nossa propriedade rural tem, entre as diversas culturas, a produção de morangos, pepinos e tomates.
Sempre achei interessantes as propostas do curso de Aprendizagem Profissional Rural porque vinham ao encontro dos interesses da comunidade.
Sempre achei interessantes as propostas do curso de Aprendizagem Profissional Rural porque vinham ao encontro dos interesses da comunidade. Por isso, fui parceira para apoiar e incentivar a interação entre os alunos da escola e os jovens aprendizes. Houve apresentação/dramatizações dos jovens do Crescer Legal, exposição de maquetes de propriedades rurais, confecção de brinquedos de sucata e, com essa integração, muitos dos nossos alunos ficavam admirados e interessados nos trabalhos. Junto com a diretora da escola, que sempre foi uma grande incentivadora de valores e era a porta-voz que fazia o vínculo acontecer, cuidamos para realizar o bom acolhimento dos jovens. Fazíamos questão de cumprimentar todos na chegada porque lá ensinamos que os pequenos gestos fazem parte da boa convivência e boa educação.
Como professora de escola rural e filha de produtores, percebi que o curso do Crescer Legal faz uma parte importante que é incentivar o despertar para o empreendedorismo. Por isso, aconselho que, quem tem a oportunidade de ser aprendiz rural, deve aproveitar bem cada instante da aula, cada viagem, cada dever de casa, cada palavra dirigida, pois são alunos privilegiados que estão tendo uma oportunidade maravilhosa de perceber novas possibilidades de futuro.
Na realidade do campo, ainda percebo desmotivação nas crianças em geral, pois poucos têm interesse na agricultura ou pensam em permanecer na zona rural para trabalhar. Vejo que é preciso interferir nesta visão que os jovens têm da agricultura. Quanto à educação do jovem do campo, a escola ideal deveria ser mais identificada com o universo onde está inserida. Os conteúdos deveriam ser mais voltados à prática que se tem no meio rural, como por exemplo estudar sistemas de medidas medindo o terreno de uma horta, entre outras coisas. Também os pais e professores devem mudar a sua fala e as suas atitudes. Dizeres como “Estuda pra não ficar na roça!” é uma violência contra aqueles jovens que têm afinidade com o campo, pois a criança precisa ser incentivada a ser quem ela quer ser.
Loiva Brigmann, professora da Escola Municipal General Osório, de Herveiras (RS), que foi sede em 2019 de uma turma do Programa de Aprendizagem Profissional Rural do Instituto Crescer Legal.