
“O papel da mulher no campo é definido por ela própria, já que cada uma pode ser o que quiser. Mas, independentemente de suas escolhas sobre qual caminho siga dentro da ampla área do agro, a mulher representa suporte. Seu papel vai muito além do estereótipo de que é responsável pelos afazeres da casa e de servir seu marido. A mulher do campo possui o papel de estar sempre na linha de frente, encarando tudo que for necessário e sendo sempre o sustentáculo da família em meio aos altos e baixos, não deixando as estruturas se abalarem. Eu, como jovem rural, tenho em mente seguir a profissão de agrônoma e trabalhar com algo que acompanhei de perto minha vida inteira com grande admiração. Alimento o sonho de um dia poder ajudar meu pai, que nasceu, cresceu e vive até hoje no campo.
Meus projetos de futuro estão sempre em desenvolvimento, sempre acrescentando novos sonhos e a ambição de crescer mais e mais a cada dia. Esses planos encontraram apoio no Instituto Crescer Legal, que significou a abertura de muitas portas. Os aprendizados que tive e levarei sempre comigo são muitos: a convivência profissional, o desenvolvimento pessoal e a capacidade de explorar e enfrentar os medos que possuímos dentro de nós e que às vezes tentam nos dominar. Para mim, o encerramento do curso foi ainda melhor do que a experiência toda, pois fui escolhida para ser oradora da turma na formatura. Esse voto de confiança foi como uma validação por todo o esforço que fiz para que tudo desse certo. Junto com o educador, fomos formulando como poderíamos representar com palavras tudo que vivemos. Confesso que não foi fácil, mas sinto que conseguimos sim passar isso a quem assistiu de casa ou presencialmente, provocando a emoção daqueles que fizeram parte da turma 36 de Paraíso do Sul.”
Évelyn Esther Bundt, 17 anos, foi jovem aprendiz em 2022 do Programa de Aprendizagem Profissional Rural do Instituto Crescer Legal em Paraíso do Sul (RS).